A adolescência é a transição da infância para a vida adulta. É o momento de adquirir mais independência, passar mais tempo longe de casa e também de adquirir novas preocupações.
Diferente do calendário de vacinação infantil, que é muito incentivado e logo após a maternidade os pais já são incentivados a dar continuidade a ele, o calendário vacinal na adolescência, muitas vezes acaba passando despercebido.
Os pais nem sempre lembram de vacinar os filhos no período e não é sempre que os filhos sabem da importância da vacinação na adolescência.
Por isso, é muito importante que toda a família saiba que existe, sim, um calendário de vacinas para adolescentes e ele é tão importante quanto o da infância.
Importância das vacinas entre 11 e 19 anos: atente-se ao calendário
Apesar de as crianças serem do grupo de risco para várias doenças, isso não significa que na adolescência não existem doenças perigosas para a saúde.
Muitas vacinas que foram dadas na infância precisam de reforço na adolescência para obterem máxima eficiência durante a vida.
E como há uma tendência maior a haver um descuido em relação à saúde nessa idade, tanto por parte dos pais quanto dos próprios adolescentes que ainda não são independentes o suficiente para cuidarem de sua saúde sozinhos, é preciso uma atenção ainda maior no período.
Este período também é importante para analisar se todas as vacinas necessárias na infância foram realizadas, inclusive doses extras e reforços. Caso não tenham sido, a maioria pode ser aplicada na adolescência.
A adolescência também é o momento de iniciar a vacinação contra algumas doenças sexualmente transmissíveis, como o HPV, por exemplo.
Saiba também: quais os tipos de vacinas que existem e entenda mais sobre como elas funcionam!
Principais vacinas para adolescentes: confira a lista completa
Segundo o Ministério da Saúde as vacinas na adolescência são: hepatite B, dTpa, HPV, febre amarela, tríplice viral e dupla adulto (dT), mas isso pode variar de acordo de como está o calendário de cada um.
Mas também existem outras recomendações de acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), entidade científica que atua junto aos órgão públicos no estímulo à imunização.
Confira abaixo uma lista de vacinas na adolescência para ficar atento!
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- Varicela (Catapora)
A varicela é uma doença muito comum na infância, mas para adolescentes ela pode apresentar sintomas mais graves e sérios.
A partir dela, outras doenças podem surgir, como:
- pneumonia;
- infecção da pele;
- inflamação das articulações;
- encefalite.
A SBIm, recomenda que a vacina seja aplicada aos adolescentes suscetíveis à doença, isto é, àqueles que nunca tiveram catapora.
São indicadas duas doses com intervalo de um a dois meses para este público.
No SUS é oferecida apenas a vacina combinada para menores de 12 anos, e no privado é possível encontrá-la separadamente e também combinada a outras vacinas, como a tetraviral (SCRV).
- Influenza (Gripe)
A vacina da gripe é oferecida com prioridade para públicos mais suscetíveis à doença, o que não é o caso dos adolescentes.
Entretanto, isso não significa que a vacina não é indicada para a faixa etária, muito pelo contrário.
O imunizante contra a influenza é indicado para todas as faixas etárias, mas por questões estratégicas ela não é aplicada gratuitamente no SUS neste público.
Por isso, a vacina na adolescência contra a gripe deve ser feita em uma unidade clínica particular que oferece a vacina 3V ou 4V.
A segunda é a mais indicada pela SBIm, já que protege contra 4 cepas da doença. Mas na impossibilidade de tomar a 4V, recomenda-se vacinar com a 3V.
O imunizante deve ser aplicado anualmente.
- Hepatite A e B
A vacina na adolescência contra a hepatite A e B é indicada para crianças que não tomaram os dois imunizantes quando crianças.
É possível tomar cada um separadamente, entretanto, se houver necessidade de tomar tanto a vacina contra hepatite A quanto para a hepatite B, é possível tomar apenas uma dose combinada dos dois imunizantes.
Confira como funciona o esquema vacinal para cada um dos casos:
- Hepatite A: duas doses, no esquema 0 – 6 meses;
- Hepatite B: três doses, no esquema 0 – 1 – 6 meses;
- Hepatite A e B: para menores de 16 anos: duas doses aos 0 – 6 meses. A partir de 16 anos: três doses aos 0 – 1 – 6 meses.
Vale lembrar que existem 5 tipos de hepatite B no mundo, mas para apenas duas delas existe vacina.
A hepatite B, além de ser uma doença sexualmente transmissível, também é transmitida por situações corriqueiras do dia a dia, como o compartilhamento de alicates de unha, por exemplo.
De acordo com o Ministério da Saúde, a hepatite B está relacionada a 21,3% das mortes devido a hepatites no período entre 2000 e 2017.
Ela é uma doença silenciosa e que, geralmente, é descoberta décadas depois, quando o fígado do paciente já está bastante comprometido. Portanto é muito importante realizar a vacina na adolescência.
- Dupla Bacteriana (dT) ou Tríplice Bacteriana (dTpa)
Antes de saber como funciona a vacinação, vale lembrar para quais doenças cada imunizante protege. Confira:
- dT- difteria e tétano;
- dTpa – difteria, tétano e coqueluche.
Essas vacinas são indicadas como uma dose de reforço para adolescentes que já realizaram a imunização na infância.
Pessoas com esquema de vacinação completo – e isso já inclui a dose dos 9-11 anos – devem tomar preferencialmente a dTpa, dez anos após a última.
Já que está com o esquema de vacinação incompleto, deve tomar uma dose de dTpa a qualquer momento e completar a vacinação básica com dT (dupla bacteriana do tipo adulto). É preciso totalizar três doses de vacina contra tétano.
A dTpa é conhecida como a vacina dos 15 anos, mas agora o reforço dela é feito antes deste período.
E para não vacinados ou pessoas com histórico vacinal desconhecido, é importante uma dose de dTpa e duas doses de dT no intervalo de 0 – 2 – 4 a 8 meses.
Além disso, a dTpa pode ser combinada com a vacina da poliomielite inativada (dTpa-VIP), recomendação que é sugerida para adolescentes que vão viajar para lugares onde a pólio é endêmica.
- Tríplice Viral
A tríplice viral é indicada apenas para:
- adolescentes com esquema incompleto;
- situações de risco epidemiológico e surto;
- viagens para locais em surto.
Ela protege contra sarampo, caxumba e rubéola e, antes dos 12 anos, pode ser combinada com a de varicela também (SCRV).
Esse imunizante é uma combinação de vírus atenuados e deve ser aplicada em adolescentes de 10 a 19 anos que estão com o esquema vacinal incompleto.
Ela é encontrada tanto nas UBS quanto nas clínicas particulares de vacinação e são recomendadas duas doses com a diferença de 4 meses entre uma e outra.
Vale lembrar que a rubéola é uma doença erradicada das Américas desde 2015 e para que se mantenha assim, a vacina na adolescência e na infância deve ser controlada de perto para que não tenha o perigo de surtos como houve com o sarampo.
O sarampo era uma doença erradicada no Brasil desde 2016, mas devido à baixa cobertura vacinal voltou a causar preocupação para a população e organizações de saúde em 2019.
- Febre Amarela
A febre amarela também é uma das vacinas na adolescência que podem ser aplicadas em caso de necessidade.
Neste caso, não há consenso entre os órgãos de saúde quanto à duração de sua imunização.
Por isso, de acordo com o Programa Nacional de Imunização, (PNI) responsável pela vacinação disponibilizada pelo governo, deve ser aplicada uma segunda dose para crianças que receberam o imunizante antes dos 5 anos de idade.
Já a SBIm considera a aplicação de uma segunda dose durante a vida sob a possibilidade de falha vacinal.
A febre amarela é uma doença infecciosa transmitida por um mosquito e existem várias áreas endêmicas no Brasil e fora dele para a doença.
Isso porque não tem como controlar o mosquito que transmite a forma silvestre da doença, já que ele vive em florestas.
A vacinação é o meio mais eficiente de controle para a febre amarela.
- HPV
O esquema vacinal para o Papiloma Vírus Humano (HPV) inicia aos 9 anos de idade para as meninas e aos 11 para os meninos.
Quem não tomou as doses na idade inicial recomendada, deve começar o quanto antes. Mas vale lembrar que a vacina na adolescência contra o HPV varia de acordo com a idade. Veja só:
- meninas e meninos menores de 15 anos: tomar duas doses com intervalo de
seis meses (0 – 6 meses).
- para meninas e meninos com 15 anos ou mais que não foram imunizados anteriormente, o esquema é de três doses (0 – 1 a 2 – 6 meses).
O HPV é uma das doenças sexualmente transmissíveis mais comuns do mundo e ela é responsável pelo surgimento do câncer de colo de útero.
De acordo com a Organização Pan-Americana de saúde, a doença é altamente evitável (através da vacina e do sexo seguro), mas ainda assim, mata 35,7 mil mulheres a cada ano nas Américas.
- Salk (Paralisia Infantil)
A poliomielite é a doença da paralisia infantil, uma infecção grave que pode provocar paralisia em adultos e crianças, apesar de ser mais comum no público infantil.
Graças à vacinação, a doença foi praticamente erradicada dos países desenvolvidos, mas ainda é endêmica em diversas regiões do globo.
Confira o vídeo da SBIm que explica mais sobre a doença e a importância da vacinação contra a paralisia infantil
- Meningocócica B
A vacina Meningocócica B previne contra as meningites e infecções generalizadas causadas por este tipo de bactéria.
Uma das formas mais graves da doença é a meningite causada pela bactéria Neisseria meningitidis.
A recomendação da vacina na adolescência para pessoas, até então, não vacinadas, é de duas doses com intervalo de um mês.
Este tipo da doença é capaz de evoluir rapidamente, em cerca de apenas 24 horas, e caso o paciente não receba o tratamento rapidamente, a taxa de mortalidade é de 50% e a de sequelas nos sobreviventes de 20%.
O público adolescente são os maiores portadores da doença, mas eles são, na maior parte das vezes, assintomáticos. Entretanto, infectam outras pessoas que são mais vulneráveis e, por isso, a vacinação na adolescência é essencial.
- Meningocócica Conjugada ACWY
A meningocócica conjugada ACWY é indicada como reforço para pessoas que já foram vacinadas na infância e também para quem nunca tomou ou se vacinou com o imunizante.
Para os já vacinados, o reforço é feito aos 11 anos ou cinco anos após a última dose.
Já para os não vacinados são recomendadas duas doses com intervalo de cinco anos.
Vacina da COVID19 para adolescentes: como funciona
Crianças e adolescentes podem e devem se vacinar também contra a Covid-19.
Para as crianças de 5 a 11, a indicação é de duas doses da vacina. Já para adolescentes de 12 a 17 a indicação é para tomar a terceira dose.
De acordo com uma pesquisa divulgada pela Fundação Oswaldo Cruz, houve uma queda significativa na mortalidade de vacinados entre 12 a 17 anos ainda em 2021. Segundo Jesem Orellana, epidemiologista da Fiocruz Amazônia, a queda foi de 40% na mortalidade por Covid-19 nessa faixa etária.
De acordo com o epidemiologista, a mortalidade entre crianças segue aumentando, principalmente, entre as não vacinadas.
Por isso, a vacina na adolescência contra a Covid-19, considerada por muitos como desnecessária, é na verdade, uma forma de proteger esse público e também quem convive com ele.
E isso vale para todos os imunizantes que são recomendados nessa faixa etária. Portanto, se você ou seu filho ainda não está imunizado para qualquer uma dessas doenças, não deixe de procurar orientação médica.
Aqui na Maximune, nós estamos preparados para atender este público e dispomos de todas as vacinas para adolescentes que podem ser necessárias.
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Conclusão: vacinas na adolescência
Agora que você já sabe a indicação de vacinas na adolescência e o melhor período para tomá-las fica mais fácil manter a imunização em dia, não é mesmo?
Os adolescentes são um público que se encontra constantemente fora de casa e sempre está reunido com outras pessoas, como na escola, com os amigos, na prática de esportes, etc.
Por isso, cuidar da saúde deve ser uma das prioridades! As vacinas na adolescência geralmente são aplicadas como doses de reforço do que já foi aplicado na infância.
Poucas são iniciadas nesta fase, mas todas elas possuem igual importância, pois a imunização só é completa quando todas as doses foram aplicadas.
E aí, bora deixar a vacinação em dia?
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