Você sabe como se proteger e proteger a sua família da meningite meningocócica? Essa é uma doença que ataca e infecciona as membranas que recobrem o cérebro e a medula espinhal.
Quando causada por uma bactéria, como é o caso da meningocócica, a meningite pode levar rapidamente à morte e a possíveis complicações.
A Organização Mundial da Saúde tem como meta eliminar as epidemias de meningite bacteriana até 2030, reduzir as mortes em 70% e reduzir o número de casos pela metade.
Essa é a principal estratégia global para acabar com a doença, de acordo com a Organização Panamericana de Saúde (OPAS).
Com ela, estima-se que mais de 200 mil vidas serão salvas por ano, além de evitar que muitas pessoas fiquem incapacitadas devido às sequelas da doença.
Dados alarmantes da OPAS revelam que a meningite é uma doença que mata uma em cada 10 e deixa uma em cada 5 com incapacidades de longa duração, como perda de audição e visão, danos neurológicos e deficiência cognitiva, por exemplo.
Continue a leitura e saiba mais sobre a transmissão da meningite meningocócica, sintomas, prevenção, tratamento e muito mais!
O que é meningite meningocócica?
A meningite meningocócica é uma infecção bacteriana grave que afeta o cérebro e a medula espinhal. É geralmente causada por um tipo de bactéria chamada Neisseria meningitidis, que é encontrada no nariz e na garganta.
A infecção das membranas pode ser causada por outras fontes, como fungos e parasitas, por exemplo, mas quando tratamos especificamente da meningocócica a bactéria citada é a responsável.
Essa doença atinge principalmente crianças, idosos e imunodeprimidos, mas pode ser prevenida com vacina já nos primeiros meses de vida.
A condição é extremamente grave, pois pode levar à morte em apenas 24 a 48 horas após o início da infecção. Além disso, os sintomas podem ser confundidos com outras infecções, por isso, o atendimento ágil e o início do tratamento são essenciais.
O que provoca a meningite meningocócica?
A meningite meningocócica é causada pela bactéria Neisseria meningitidis que são conhecidas como as bactérias do grupo meningococos.
Existem vários tipos de meningococos, mais especificamente 12. No Brasil, o tipo mais conhecido é o tipo C, responsável por 80% das infecções.
Entretanto, existem também os tipos B, A, W e Y. Para todos esses existem vacinas disponíveis.
Geralmente, a bactéria infecta outras partes do corpo primeiro, mas chega rapidamente ao cérebro atingindo as membranas que protegem o órgão.
A transmissão da bactéria ocorre por meio do contato com gotículas de saliva de pessoas infectadas, espirros, tosses e contato com outras secreções expelidas pela boca e pelo nariz.
Entretanto, diferente de outras doenças como a influenza, por exemplo, que se caracteriza como um vírus bastante contagioso, a meningite meningocócica não é tão contagiosa.
A transmissão depende de contatos mais prolongados, como pelo beijo, por exemplo.
Pessoas que moram na mesma casa ou frequentam o mesmo ambiente que uma pessoa contaminada por bastante tempo também têm mais chances de se contaminar.
Qual a diferença da meningocócica para outras meningites?
A principal diferença da meningocócica para outros tipos de meningite é a gravidade da doença.
Outros tipos de meningite possuem um quadro de evolução mais lento, como é o caso das virais, por exemplo, que possuem desenvolvimento de forma autolimitada e evolução benigna.
A maioria dos pacientes com meningite viral não fica com sequelas e, após um período, o próprio sistema imune do corpo consegue eliminar o vírus.
Já na meningite meningocócica a evolução é muito mais rápida e os sintomas são mais intensos. Quando não tratada com urgência, a doença pode levar à morte ou deixar consequências graves e sequelas irreversíveis.
A infecção com meningite bacteriana causa, em média, cerca de 250 mil mortes por ano, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Quais são os sintomas?
Os sintomas da meningite meningocócica podem aparecer de repente e incluem dor de cabeça, febre, rigidez no pescoço e náusea.
O estado de infecção começa com febre alta, acima de 38º, que se inicia de forma abrupta. E um dos principais sintomas da doença é a rigidez no pescoço que geralmente vem acompanhado também de dor de cabeça.
Além destes, o paciente também pode apresentar os seguintes sintomas:
- confusão mental;
- enjoo, náuseas e vômitos;
- mal-estar, sonolência e cansaço;
- fotofobia, isto é, a Intolerância à luz e ruídos;
- manchas roxas na pele;
- dor nas articulações.
Em casos mais graves da doença, o paciente pode apresentar tremores, convulsões e até entrar em coma.
Nos bebês, é importante ficar atento aos sinais que envolvem choro constante e intenso, agitação, irritação, inchaço na moleira em casos de bebês recém-nascidos, rigidez no corpo, dentre outros sintomas.
Se não for tratada, a meningite meningocócica pode levar à morte.
Meningite meningocócica tem cura?
Sim, quanto antes começar o tratamento maiores as chances de cura. Como a evolução da doença é extremamente rápida, iniciar o tratamento o quanto antes vai aumentar as chances de sobrevivência e reduzir as chances de complicações.
Entretanto, como a doença tem uma evolução muito rápida, 1 a cada 10 pessoas não sobrevivem ao quadro de acordo, com dados da OPAS, e 1 em cada 5 ficam com sequelas com incapacidades de longa duração.
O início do tratamento é feito imediatamente após o diagnóstico. O paciente deve ser internado em um hospital para receber o tratamento com antibiótico.
Entretanto, pacientes que possuem suspeita da doença já são internados antes mesmo da confirmação do diagnóstico devido à gravidade do quadro.
Como funciona o diagnóstico?
Quando há suspeita de meningite, o primeiro passo é o exame de sangue e a coleta de amostras do líquor, o líquido presente na medula espinhal.
O exame permite identificar o agente causador da infecção, se são bactérias, vírus ou outros. A partir daí é que o médico vai decidir a forma de tratamento.
De acordo com o Ministério da Saúde, são solicitados principalmente: exame quimiocitológico do líquor; bacterioscopia direta; cultura; aglutinação pelo látex e Reação em Cadeia da Polimerase em Tempo Real (qPCR).
Os familiares devem visitar os paciente sempre protegidos com máscara e com os materiais necessários para evitar a contaminação.
Existe também um protocolo a ser seguido, estabelecido pelo Ministério da Saúde no Guia de Vigilância em Saúde, no qual devem ser investigados toda a extensão da área de transmissão do paciente.
Possíveis fontes de infecção são investigadas nos locais que o paciente frequentou e pessoas com quem entrou em contato, considerando o período de 15 dias antes do adoecimento.
Como é o tratamento para meningite meningocócica?
O tratamento da doença é feito com a injeção de antibióticos na veia, após a internação do paciente no hospital.
Para as crianças são indicadas medicações, como a penicilina, ampicilina ou ceftriaxone, este último, indicado também aos adultos.
Cabe à equipe médica a escolha da medicação e dosagens de acordo com cada caso.
Além do tratamento prescrito, o paciente deve receber também todo o suporte necessário, assistência médica, reposição de líquidos, etc.
Vale lembrar que crianças abaixo de 5 anos e, especialmente, bebês com menos de 1 ano de idade, possuem risco aumentado da meningite causada pelo meningococo.
Se enquadram, ainda, no grupo de risco da bactéria Neisseria meningitidis adolescentes e jovens adultos, especialmente quando há surtos da doença em uma região específica.
Vacinação contra meningite meningocócica
A melhor e a mais eficaz forma de prevenção da meningite meningocócica é a vacina. A vacinação é usada tanto na imunização de rotina, quanto no controle de surtos e epidemias da doença.
No Sistema Único de Saúde, apenas a vacina conjugada contra o meningococo do sorogrupo C está disponível.
Já no sistema privado, além da vacina para o tipo C, também é possível encontrar vacinas para os tipos A, W, e Y, que também são sorogrupos encontrados no Brasil, ainda que em menor quantidade.
No Programa Nacional de Vacinação, que é o programa do governo para imunizar a população, indica-se duas doses, aos 3 meses e 5 meses de vida do bebê e também uma dose de reforço aos 12 meses.
Já no caso de imunização em clínica particular de vacinação são aplicadas mais doses de reforço entre 5 e 6 anos e aos 11 anos de idade. Essa é, inclusive, a indicação da Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm) para quem pode realizar esses reforços do tipo C.
Além disso, a SBIm, assim como a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), recomendam que a vacinação contra os outros sorotipos disponíveis seja feita sempre que possível para crianças e adolescentes, substituindo a vacinação da vacina C conjugada.
A indicação da vacina ACWY é de 3 meses de idade com duas doses no primeiro ano de vida, reforços entre 12 e 15 meses, entre 5 e 6 anos e aos 11 anos de idade.
Para adolescentes que nunca receberam a vacina meningocócica conjugada ACWY, são recomendadas duas doses com intervalo de cinco anos.
Bebês e crianças | Adultos e idosos | |
Meningocócica C | 3-5-12 meses / 5-11 anos | 1 dose a depender de situação epidemiológica |
Meningocócica B | 3-5-12 meses | duas doses com intervalo de 1 a 6 meses (a partir de 59 anos de idade) |
Meningocócica ACWY | duas doses no primeiro ano de vida /12 meses / 11-16 anos de idade | 1 dose a depender da situação epidemiológica |
Dúvidas frequentes
Quais são as sequelas da meningite meningocócica?
As sequelas da meningite podem ser temporárias ou permanentes. Confira quais são as principais:
- perda de sentidos como a visão ou audição e ainda dificuldade na fala;
- problemas cerebrais;
- dificuldade no aprendizado e na memorização;
- paralisia dos músculos ou paralisia cerebral;;
- redução da coordenação motora;
- problemas cardíacos;
- perda do equilíbrio.
Qual a incidência de meningite no Brasil?
No Brasil, houve uma queda significativa de 63% no número de infectados, entre 2010 e 2016, segundo o Ministério da Saúde.
Entretanto, no Brasil, a meningite é considerada uma doença endêmica. No ano de 2022, até o dia 30 de setembro, foram registrados 5.821 casos e 702 óbitos por diversos tipos de meningites no Brasil.
Daí a importância de manter a carteira de vacinação atualizada, para aumentar ainda mais a proteção entre a população.
De acordo com o infectologista Marco Boulos, em matéria publicada na Revista Galileu, a cobertura vacinal infantil de 75% contra a meningite meningocócica é insuficiente, já que a taxa ideal seria de, pelo menos, 90%.
Como se prevenir da meningite meningocócica?
A vacinação evita grandes surtos da doença e é a forma mais eficaz de se proteger contra a meningite causada pela bactéria meningococo.
A vacinação gratuita está disponível nos sistemas de saúde é extremamente eficaz para toda a população. Os pais que puderem e quiserem ainda podem contar com reforços do sistema privado, deixando a sua família ainda mais protegida.
Por isso, sempre que precisar, conte com a Maximune! Somos uma clínica de vacinação em BH e estamos sempre trabalhando para prestar um serviço humanizado e de qualidade aos nossos pacientes.
Se você preferir, basta agendar um horário e nós vamos até a sua casa realizar a vacinação com comodidade e segurança.
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Conclusão
A meningite meningocócica é uma doença causada por bactérias do tipo meningococo, que se desenvolve de forma rápida e perigosa.
Essa bactéria é capaz de atingir as membranas que revestem o cérebro e atinge principalmente crianças menores de 1 ano, adolescentes e jovens adultos.
Apesar de preocupante, pois pode levar à morte e causar sérias complicações, existe vacina para os principais sorotipos da bactéria e ela pode ser feita em crianças a partir dos três meses de idade.
No Brasil, existem epidemias localizadas da doença. Além disso, crianças que convivem em lugares fechados como as escolas, por exemplo, possuem maior chance de contágio.
Quanto mais pessoas forem vacinadas, mais protegida fica toda a população, os seus filhos, você e toda a sua família!